A exploração de meninas no âmbito do trabalho infanto-juvenil doméstico: uma reflexão acerca da sua naturalização

Lana Cristina Rodrigues do Nascimento, Ítalo Cristiano Sousa e Silva

Resumo


O artigo foi realizado a partir de uma curiosidade levantada a respeito do assunto, no qual se percebeu que é um tema pouco estudado, mas que as consequências geradas pelos mesmos são enormes, como a reprodução da pobreza, exclusão social, violência de gênero, preconceito, discriminação, racismo, violência física, psicológica, moral, sexual perpetuando e autorizando a desigualdade social na sociedade brasileira, afim também de esclarecer aos leitores de que estudar esse tema é importante para entendermos que a responsabilidade de erradicar o trabalho infantil não é só do poder público e sim de toda a sociedade. O objetivo desse trabalho foi questionar porquê a exploração do trabalho de meninas infantojuvenil no âmbito doméstico ainda persisti em uma grande parcela dos lares das famílias brasileiras. As motivações que levaram a pesquisar sobre exploração do trabalho infanto-juvenil doméstico, foram de chamar a atenção da sociedade sobre o tema, pois este fato ainda persisti nos dias atuais, sendo marcado pelo silêncio e invisibilidade pois se encontra em ambientes internos, bem como sendo um tema pouco pesquisado e discutido na sociedade. A pesquisa e coleta de dados foram realizadas no buscador Google Acadêmico, é uma pesquisa descritiva e exploratória, que utilizou da técnica de revisão de literatura. Dessa forma, o trabalho doméstico infantil acabou sendo ao longo do tempo naturalizado e visto como algo normal por boa parte da sociedade brasileira. É necessário, no entanto, compreendê-lo como um fenômeno histórico, cultural, social e econômica, que deve ser questionada e problematizado, para um dia deixar de ser invisível. Para que as pessoas entendam que de fato é uma violação aos direitos básicos dessas crianças. Portanto, o que podemos dizer em relação a essa temática da exploração de meninas no trabalho doméstico, é que essa é uma prática cultural, social e histórica que insiste em persistir justamente por conta dessa trajetória de discriminação, preconceito, dominação, posse que se estabeleceu na sociedade, e que até hoje sofremos impactos para combater.

Palavras-chave


Trabalho Doméstico; Infanto-juvenil; Meninas; Invisibilidade; Naturalização

Texto completo:

PDF

Referências


ABEPSS. Formação do assistente social no Brasil e a consolidação do projeto ético- político. Serviço Social e Sociedade, São Paulo, Ano XXV, n. 79, 2004.

ARRUDA. Kátia Magalhães (2007). O trabalho infantil doméstico rompendo com o conto da cinderela. Disponível em: < http://www.trt3.jus.br/escola/download/revista/rev_75/Katia_Arruda.pdf > Acesso em: 20 de outubro de 2017.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal. 1988.

Estatuto da Criança e do Adolescente: Lei Federal nº 8069, de 13 de julho de 1990. Rio de Janeiro: Impressa Oficial, 2002.

Cinderela. Clássicos Infantis. Adap. Giselda Laporta Nicolelis. São Paulo: Moderna. 1997.

HOBSBAWN, Eric. A era das revoluções: 1789-1848. 18. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2004.

KOSMINSKY. Ethel Volfzon. Crianças e jovens e o trabalho doméstico: a construção social do feminino. 2006. Disponível em: < https://www.revistas.ufg.br/fchf/article/view/474 > Acesso em: 20 de outubro de 2017.

LIRA. Terçália Suassuna Vaz. PERUZZO. Juliane Feix . O trabalho infantil doméstico nas economias periféricas dependentes. 2016. Disponivel em: < http://www.publicacoes.ufes.br/argumentum/article/view/13381 > Acesso em: 20 de outubro de 2017.

PATRIOTA. Gabriela Fernandes Rocha. ALBERTO. Maria de Fatima Pereira. Trabalho infantil doméstico no interior dos lares: as faces da invisibilidade. 2014. Disponível em: Acesso em: 20 de outubro de 2017.

Que horas ela volta? Roteiro e direção: Anna Muylaert. 2015. Disponível em: < https://medium.com/@TyRebelo/resenha-do-filme-que-horas-ela-volta-761e688bd429>. Acesso em: 20 de outubro de 2017.

SANTANA. Munich. DIMENSTEIN. Magd. Trabalho doméstico de adolescentes e reprodução das desiguais relações de gênero. 2005. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/pusf/v10n1/v10n1a12.pdf > Acesso em: 20 de outubro de 2017.

SILVA. Ananda Estefhayne Pinheiro da. Trabalho infantil no brasil: sua história os instrumentos de proteção. 2017. Disponível em: < http://repositorio.asces.edu.br/bitstream/123456789/820/1/ARTIGO_ANANDA%20PINHEIRO.pdf > Acesso em: 20 de outubro de 2017.

GUERRA.Yolanda. A instrumentalidade no trabalho do Assistente Social. 2009. Disponível em: < http://www.cedeps.com.br/wp-content/uploads/2009/06/Yolanda-Guerra.pdf >Acesso em: 21 de fevereiro de 2018.

PIANA. Maria Cristina. A construção da pesquisa documental: avanços e desafios na atuação do serviço social no campo educacional. 2017. Disponível em: < http://books.scielo.org/id/vwc8g/pdf/piana-9788579830389-05.pdf >Acesso em: 13 de março de 2018.

CRISTOVÂO. Jackson Ronie Sá-Silva. ALMEIDA. Domingos. GUINDANI. Felipe. Pesquisa documental: pistas teóricas e metodológicas. 2009. Disponível em: < https://www.rbhcs.com/rbhcs/article/viewFile/6/pdf >Acesso em: 17 de março de 2018.

CARDOSO. Ana Valéria Matias. TEXEIRA. Solange Maria. Políticas de Atenção à Criança e ao Adolescente em Situação de Risco Social. 2017. Disponível em: < file:///C:/Users/Hebert-PC/Downloads/9246-38531-1-PB.pdf > Acesso em: 17 de março 2018.

MONTANÕ, Carlos. Estado, Classe e Movimento social, 2011, Cortez, 3. Ed. São Paulo.

CORASSA. Deize Hoffmann. As políticas sociais na efetivação dos direitos para crianças e adolescentes, no município de Ajuricaba. 2010. Disponível em: Acesso em: 18 de março de 2018.

TELLES. Tiago Santos. SUGUIHIRO. Vera Lucia Tieko. BARROS. Mari Nilza Ferrari de. Os direitos de crianças e adolescentes na perspectiva orçamentária. 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/sssoc/n105/04.pdf.> Acesso em: 19 de março de 2018.

DA MATTA. Roberto. O que faz o brasil, Brasil? Rio de Janeiro – 1986. Disponível em: Acesso em: 2 de abril de 2018.

PIOVESAN. Flávia. A Constituição Brasileira de 1988 e os Tratados Internacionais de Proteçao dos Direitos Humanos. 2017. Disponível em: Acesso em: 20 de abril de 2018.

PRIORE. Mary Del. A história das crianças no Brasil. Editora Mary Del Priore. 1999. BANDEIRA. Luiza. O que os dados sobre trabalho infantil revelam sobre desigualdade de gênero. 2017. Disponível em: Acesso em: 10 de maio de 2018.

ARRUDA. Kátia Magalhães. OLIVA. José Roberto Dantas. Combate ao trabalho infantil exige investimento em educação. 2018. Disponível em: Acesso em: 25 de agosto de 2018.

SANMARTIM. Cleidiane. SOUZA. Ismael Francisco de. O trabalho infantil como uma violação dos direitos humanos. 2015. Disponível em: Acesso em: 25 de agosto de 2018.

NASCIMENTO, Lana Cristina Rodrigues do. SANTOS, Glauce Barros. O Assistente Social Frente Ao Enfretamento Do Trabalho Infanto-Juvenil Doméstico. 2017. Disponível em: Acesso em: 19 de setembro de 2022.

DOURADO. Márcia Almeida. Trabalho Infantil: Violação De Direitos Humanos. 2007. Disponívem em: < file:///C:/Users/Hebert/Downloads/16126-16127-1-PB%20(3).pdf.> Acesso em: 5 de setembro de 2018.

LELIS. Acácia Gardênia Santos. CAVALCANTE. Vivianne Albuquerque Pereira. Pornografia de vingança: uma análise sobre a violência de gênero, através das mídias sociais. 2016. Disponível em: Acesso em: 5 de setembro de 2018.

GROSSI. Miriam Pillar. Identidade de gênero e sexualidade. 1989. Disponível em: Acesso em: 15 de setembro de 2018.

GALVANI. SAFFIOTI. Heleieth I.B. Contribuições feministas para o estudo da violência de gênero*. Heleieth I.B. 2001. Disponível em: Acesso em: 20 de setembro de 2018.

GALVANI. Maria Denise. O combate ao trabalho infantil doméstico no Brasil enfrenta barreiras culturais, desigualdades de gêneros e dificuldades de fiscalização. 2012. Disponível em: Acesso em: 25 de setembro de 2018.

GOMES. Irene. Trabalho infantil: mais de 20 milhões de crianças realizavam tarefas domésticas. 2017. Disponível em: . Acesso em: 5 de outubro de 2018.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010, Censo Demográfico 2000.Trabalho Infantil. IBGE. 2012. Disponível em: Acesso em: 5 de outubro de 2018

GARCIA. Cecilia. O perigo do trabalho infantil doméstico dentro e fora de casa. PUBLICADO DIA 27/04/2017. Rede peteca. Disponível em: Acesso em: 20 de outubro de 2018.

CANTUÁRIA. Juliana Pereira. Trabalho infantil doméstico na casa de terceiros e o fracasso de sua erradicação. 2016. Disponível em: Acesso em: 20 de outubro de 2018.




DOI: https://doi.org/10.58969/25947125.5.2.2021.148

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Direitos autorais 2023 REVISTA DA FAESF


ISSN 2594-7125

©2017 FAESF - Faculdade de Floriano


Indexada:

google acadêmico sumários.org

  LOCKSS